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Judô busca espetáculo para ganhar público e criar ídolos


Tatame montado em palco de teatro, show de luzes na plateia, árbitro carregando câmera da Globo nas costas… O desafio entre Brasil e Japão do último domingo mostrou com clareza a estratégia da Confederação Brasileira de Judô (CBJ) para ganhar apelo popular até as Olimpíadas do Rio de Janeiro. A entidade tenta transformar a arte marcial em um verdadeiro espetáculo para romper a ainda persistente distância entre a modalidade e o grande público no país.
A vitória da seleção verde-amarela por 4 a 1 no Teatro Bradesco não valeu nada, era um encontro amistoso. Mas a intenção da CBJ não era conquistar pontos no ranking mundial. Era dar exposição aos atletas da equipe, ganhar novos aficionados e, de quebra, satisfazer seus patrocinadores.
No fim, o saldo foi positivo, mesmo sendo um evento fechado apenas para convidados. As principais reclamações ficaram por conta da não transmissão ao vivo de todas as cinco lutas na Globo, mas a realização do desafio agradou a maioria.
A própria divulgação do show aconteceu de maneiro pouco usual. A imprensa foi chamada para ir ao bairro da Liberdade, em São Paulo, acompanhar amadores tentando derrubar um judoca de 210 kg em clima de brincadeira. Quem conseguisse o feito, ganhava um par de ingressos para assistir às lutas – mas é claro que o “gigante” (e amigo de longa data) Conrado Augusto aliviou.
Este tipo de ação interativa é exemplo cada vez mais presente no marketing esportivo brasileiro, faz parte do modelo clássico schumpeteriano de inovação. Mas este não é o único tipo de ação inusitada que a CBJ fez nos últimos anos para tentar atrair mais fãs. Entre eles, estão eventos em comunidades carentes com seus principais atletas, distribuição de ingressos de grandes campeonatos para crianças e por ai vai…
Outra etapa fundamental para a popularização do judô que a CBJ está buscando é a criação de ídolos. Não adianta sonhar com apelo do grande público se os resultados não forem positivos em cima do tatame. Já dizia o velho ditado: “O brasileiro não gosta de esportes, gosta de ganhar”. E a criação de novos Gugas ou Gibas depende disso.
Além da campeã do mundo Mayra Aguiar, o líder do ranking mundial Charles Chibana desponta como um dos candidatos a ídolo. O atleta de 25 anos é um dos que está ganhando mais holofotes da Confederação e já era o mais assediado pelas crianças no desafio contra o Japão. Dentro do tatame, ele cumpriu seu papel e venceu o japonês campeão mundial de 2010 Junpei Morishita por ippon

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